One Hit Post

Blog sobre música. Uma de cada vez.

A-Ha - Take On Me

Numa de agradar a patroa topei sair do Rio e encarar a Barra, parecia uma missão no minimo curiosa. A-ha e seus tecladinhos remetem os neurônios da minha geração à pré-adolescência, festa americana, menino levando coca(cola) e menina levando salgadinho, acho que todo mundo na faixa dos 30 tem algum link saudoso-afetivo com os caras - Freud explica. É pra dar ainda mais valor ao pé que São Cobain meteu na porta do mundo pop/rock em 1990.

Tomei um susto quando chegamos, Citibank/ATL/Whatever Hall cheio pacas, putamerda. Mas neguinho não lota Circo Voador pra ver Ursinho Blau Blau em festa Ploc? Era de se esperar que um dos ícones do pop cafonão que imperava nos late 80’s atraísse todo tipo de fauna e flora - principalmente toneladas de loiras quarentonas botocadas. E a quantidade de telinhas luminosas na platéia? Haja câmera, isqueiro já era mesmo.

Quanto à música, tinha a esperança que os caras pegassem a piada e mandassem um setlist só de “You are the one” e podreiras do gênero, fazendo o povo se divertir estilo festa brega. Mas qual o quê. O vocalista Morten se achava o Bono Vox no palco, fazendo caras e bocas, se levando 100% a sério, surreal. E ainda tiveram o topete de tocar “músicas do novo disco”, como assim, minha gente? Achei que ia rolar linchamento de norueguês e até me animei, mas que nada, as seis mil cabeças presentes estavam achando tudo lindo e maravilhoso, viva a morte do meu pau, já dizia mestre Away. Será que era mau-humor de punk velho?

Traçando um paralelo com a banda-show-hype do momento, A-Ha é um Radiohead do mundo bizarro. Também mistura eletrônico com guitarra e tem um público trintão cativo, mas o vocalista é galã (ao contrário de Thom Feyorke, que parece um morcego que caiu do teto da caverna) e a música de uma pobreza de espírito dolorida. Os próprios caras dizem que não entendem o sucesso que fazem no Brasil. Nem vocês nem ninguém, caros escandinavos.

Vídeo de "Take on Me":

Radiohead - Creep

Muito tempo sem escrever, e abri um post pra dizer que... não vou escrever nada. Não vou falar sobre o show do Radiohead. Não consegui cantar nenhuma música junto, não pulei, só consegui ficar embasbacado vendo os caras no palco. Sorry, folks. Embasbacado ainda sigo. Fiquem com o vídeo do grand finale.

David Bowie - Life on Mars?

Ainda trabalhando 22h20 da noite, tempo esquisito lá fora, sem hora pra sair.

Fica a pergunta:

Existe vida em Marte?

Radiohead - No Surprises

Eu sei que 90% dos blogs sobre música que você visitou hoje não falam de outra coisa, mas desculpe,
não vou ser o cara que vai mudar de assunto.

Em meados de 1998, trabalhando no Rio Sul e vagando pelas galerias com o que sobrou do pagamento no bolso, parei em uma loja de CDs do quarto piso e fui garimpar algo pra ouvir - naqueles tempos de modem 56k ainda tínhamos esse tipo de hábito, crianças.

Na época meu mundinho sonoro resumia-se a hardcore e adjacências, mas de repente uma capa branca com desenhos azuis esquisitos olhou pra mim da prateleira dizendo: "OK Computer". Na hora lembrei de elogios rasgados à banda e ao disco na merreca de internet que eu acessava da faculdade, além de coisas lidas na Showbizz e Rock Press. Após alguma ponderação se não era melhor levar outro CD do Pennywise, mandei embrulhar os ingleses pra viagem e fui pra casa.

A viagem não acabou até agora. Salve Thom Yorke. Te vejo dia 20 de março.

Praça da Apoteose
Preço: R$ 200 (inteira) ou R$ 100 (meia)
Ingressos: dia 05/12 às 0h na Ingresso.com (cartões de crédito) e às 9h na bilheteria do Maracanazinho (Rua Professor Eurico Rabelo, sem número)
35 mil ingressos disponíveis.
Censura: 16 anos

(Muita maldade ter que escolher só uma música, mas vamos de "No Surprises", esperando não ter surpresas ruins).



Vídeo:



Ao vivo:



Montagem bem feita com o "Punch Drunk Love" do Paul Thomas Anderson (bobeira, eu sei, mas gosto paca desse filme).

Noah And The Whale - 5 Years Time

Noah And The Whale, banda inglesa de Folk Rock, soa como um Magic Numbers menos óbvio e mais despojado, com pitadas aqui e ali de Magnetic Fields - música largadona pra assobiar andando na beira da estrada, pedindo carona, fugindo de casa ou coisa assim.

O nome da banda vem de uma mistura entre o título do filme "The Squid and the Whale" ("A Lula e a baleia") com o primeiro nome do diretor, Noah Baumbach. Consta que os integrantes também são fissurados no Wes Anderson (que é produtor do "The Squid..."), aliás as musiquinhas da banda não ficariam mal em uma das viagens cinematográficas do cara.

O primeiro disco - "Peaceful, The World Lays Me Down" - saiu agora em agosto de 2008, e o hit desse post é o single "5 Years Time", mais um assobio pop pra ficar na mente junto com "Young Folks" do Peter, Bjorn e John. Confiram aí:

Blip:



MySpace:
http://www.myspace.com/noahandthewhale

The Broken West - Auctioneer

A Banda californiana de power pop The Broken West acertou a mão bonito em "Auctioneer". Batida, arranjo, pianinho, tudo redondo e com o clima certo de tensão e melancolia. É aquele famoso - e tão procurado - tipo de som que é impossível ouvir uma vez só e fica ressoando pelos neurônios horas depois da audição.

A banda tem quatro anos de estrada e se chamava The Brokedown, mas trocou de nome por conta de uma pendenga na justiça - e acabaram se dando foi bem, porque "The Broken West" soa muito melhor. Já tocaram no fodão Austin City Limits Music Festival e excursionaram com Fountains of Wayne e The National, além de terem emplacado a música "Down in the Valley" na trilha de Grey's Anatomy. Resumindo, mais uma banda indie ralando por um lugar no seu iPod.

Ainda não ouvi o disco novo inteiro e o resto do MySpace não me impressionou tanto, mas "Auctioneer"... Pra junkies de música, cocada boa.

No Blip:



Ao vivo em Connecticut:

Jesus and Mary Chain - Happy When it Rains

Em homenagem ao tempo londrino-paulista que tem feito na cidade maravilhosa. Só Jesus salva.

Foto que tirei segunda aqui da janela:

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Clip:




Blip: